21 de outubro de 2011

E agora nem temo mais silêncio nem noite escura. Há cinco meses ele veio sorrindo na minha direção e nunca mais foi embora. Não me falou de amor naquela noite. Só me explicou sobre a batida da música que gostava. Era carnaval. Mas não pra ele. Gostava do número dois, e eu que sempre fui ímpar, num piscar de olhos, me fiz par.

Tinha era mágica naquela noite de festa. E eu que nunca te desenharia assim moço-bom, já estava toda preenchida das tuas cores.Traços. Pra te vestir de poesia e chapéu e ser acolhida em abraços largos. Igual o teu sorriso. E eu vou te guardando dentro mas, todo dia querendo te explodir. Só isso, você agora me faz explodir. De felicidades certas. De esperas felizes. De telefonemas risonhos. De palavras macias. De olhares que falam. Você me faz mais leve. Só isso. Só isso tudo.

A gente conversa com os olhos e costura duas vidas  pra bordar um tecido lindo no final. Pano meu e teu que foi rasgado, agora é bordado a ouro. Gente que tece com o suor sabe o quanto é trabalhoso fazer pano rasgado virar tecido fino de novo. Mas a gente costura uma vida na outra. E vai. Você carregando o sol no peito ainda apanhou todas as linhas que perdi no caminho. É sempre mágico nosso encontro. É muito justo a gente junto. E até teu coração de desgovernado que era já bate no ritmo do meu, fazendo dança, sempre virando pro lado esquerdo, a casa dele. 

E vou  fazendo da tua graça, poesia da vida.  Mas a gente não vive só do amor-romântico pintado de vermelho e bolinhas azuis. A gente vive do nosso suspirar e entregar-se de cada dia. Coisa de gente que aprendeu que não se vive só, sozinho no mundo, porque tem a mão um do outro pra agarrar forte e dizer qua vai ficar tudo bem. É laço qua não se desfaz. É compromisso sem nome. Afinal, 'tanta coisa importante falta nome'...

E agora nem planejo mais nada, porque só quero descansar meu coração no seu. Que me ensinou a varrer muitas pedras do caminho. Foi numa noite dessas depois de meses que me falou de amor.

Arrancou o sol do peito pra me entregar, peguei. Era o coração.

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